segunda-feira, 15 de março de 2010

Capítulo 2 : O inicio de um pesadelo.






Distrito Federal, Plano piloto, L2 norte, 405

Os dois jovens continuavam ali sentados, debaixo daquele bloco, apenas conversando besteiras para poder passar o tempo, afinal não havia muito que fazer naquele apartamento, por isso estavam ali embaixo de madrugada viam o céu escuro e suavemente pintado com o cinza das nuvens sublimes.

-É, talvez nos só damos valor mesmo, quando perdemos...

Falava o rapaz de cabelo mais ou menos grande, suas pontas chegavam até o começo de sua costa, castanhos escuros, algumas marcas que a juventude deixou em seu rosto, branco com pontinhos vermelhos em alguns lugares, nariz fino, traços finos e expressivo, seu nome era João Guilherme, embora não gostasse de seu nome, ele estava encostado na parede e ficou observando o céu.

-Talvez sim, talvez não, mas acho que nunca saberemos a que realmente damos valor, acho que nunca saberemos.

O outro jovem, de nome Mateus estava logo ao lado, sentado encostado na parede, e com as pernas cruzadas, cabelos negros, lisos e um tanto arrepiados e bagunçados, esguio e alto, ele ficava do lado do rapaz, fora uma longa conversa agora apenas o silencio pairava sobre aquela noite gélida.

Eles ficaram em silencio por um tempo e então um risco meio vermelho com faíscas e um barulho alto vindo do céu, passou pelas nuvens em uma velocidade imensa, embora a distância enganasse seus olhos, quando chegou mais perto, logo notaram que aquilo era um avião, e infelizmente a traseira daquela coisa vinha tão rápida na direção do prédio que a reação que eles tiveram fora se esconder atrás de seus braços por alguns segundos, Guilherme esperava já que aquele prédio desabasse em suas cabeças tudo de uma vez, o barulho foi como de uma bomba explodindo e eles ficaram um bom tempo sem querer abrir os olhos e sem poder ouvir qualquer ruido.

-Puta que pa...

O de cabelos castanhos resmungou quando abriu os olhos e então olhou ao redor e viu tudo bem, e foi então que Mateus cutucou Guilherme e apontou para o parquinho que tinha logo atrás, a traseira do avião ali e mais a frente na garagem do prédio vizinho tinha sido arrombada por um tipo de jaula enorme porém não tinha nada dentro, eles dois se levantaram e correram em direção a garagem Guilherme e seu amigo pararam e ficaram olhando fixamente para a garagem, Mateus pegou o telefone do bolso e ligou para os bombeiros sem reação, foi então que o rapaz mais velho começou a andar enquanto seu amigo continuava parado com o telefone no ouvido.

-Mas o que diabos...?

Andou mais um pouco e deu de cara com o portão arremessado contra o chão, mais na frente, a jaula pregada na parede, um chão totalmente cheio de sangue, alguns gemidos eram ouvidos do escuro dali, o nome Resident Evil venho à sua cabeça, mas ele sorriu um tanto despreocupado e pensou; “Essas coisas não existem, pare de pensar bobeira”. Quando foi ate mais a frente olhou um homem no chão ainda agonizando, quase decomposto, um cheiro insuportável veio ate suas narinas, ele soltava grunhidos que subiam como um frio agonizante em sua espinha ele engoliu em seco, ele então saiu correndo dali enquanto ele tentava mexer a mandíbula tentando supostamente pedir ajuda, ele correu e quando chegou do lado de fora, estava branco de medo, foi então que correu ate a calçada e se sentou, ficou um tanto atordoado e olhou para seu amigo que acabava de guardar o celular e então se levantou, puxou o braço de Mateus e levou para baixo do bloco dele.

- Não quero voltar lá, vamos subir, por favor...

Então eles subiram as escadas, ate chegar no primeiro andar, e seguiram para o apartamento de Mateus, Guilherme ficou calado por um bom tempo, quando chegou ate o apartamento, bebeu uns três copos d’água e comeu um pão um tanto quando desesperado, logo ele foi andando ate o quarto deles e deixou a comida de lado, se deitou em seu colchão e não tocou mais assunto, seu pensamento esteve preso naquilo o resto da noite, enquanto isso Mateus ficou acompanhando por algum tempo o movimento pela janela.

Em outro lado da cidade, os bombeiros saíram as pressas com o caminhão, um avião caiu no plano piloto, era uma coisa rara, quando sua frente caiu no campos da UNB e sua traseira na 405 norte, eles mandaram varias viaturas, mas a vida de um homem iria mudar naquela noite, Victor era bombeiro, foi designado para ajudar as vitimas do vôo que caíram na 405 norte, ele quando chegou lá pegou os primeiros socorros e correu em direção a garagem , ao ver todo aquele sangue espalhado, presumiu que já estivesse morto, se sentiu um tanto desapontado, mas procurou o cadáver, quando viu ele vivo e rastejando ele correu ate o corpo.

-Meu deus, senhor pare de se mexer, seu estado está grave de mais.

Ele então virou o corpo e foi pegar algo na pequena bolsa, então sentiu a pior dor de sua via , em seu braço, ele gritou como nunca, e caiu para traz, viu seu ante braço como nunca tinha visto antes, uma mordida tão violenta que arrancou sua carne, seus músculos e arranhou seu osso, fazendo com que perdesse o movimento da mão, seu grito chamou atenção dos seus amigos, e mal sabia ele que aquilo o faria tirar vidas e mais vidas, os dois rapazes foram levados para o hospital de base do plano piloto mais próximo, o HRAN, eles e mais 5 pessoas encontradas, quase decompostas, naquela noite 5 bombeiros foram mordidos e aquelas pessoas com olhares sem alma, carne pútrida e sangue de outras pessoas na boca foram mantidas para serem tratadas, era o começo do pior pesadelo que qualquer um poderia ter sonhado. No próximo dia, logo de manha não deu outra, reportes e emissoras de televisão, todas estavam no local do acidente e no hospital, tinham feito daquilo um circo, e iria piorar cada vez mais.

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